No outro dia encontrei, em um café, uma amiga que é presidente de uma empresa de cosméticos, mulher inteligente e muito a frente do seu tempo.  Após as manifestações de alegria pelo encontro, e de afeto mútuo, veio a indefectível pergunta, feita por ambas: “E então, como vai você?”.

Ela foi a primeira a responder à pergunta em comum: “Eu estou bem, mas na verdade estou revendo muita coisa, reestruturando minha vida, e repensando meu futuro”. “Nossa... quantos “res” juntos”, brinquei, antes de me dar conta que, de alguma maneira, eu também tinha alguns deles presentes em minha vida, e que, aliás, sempre me acompanham, totalmente sem culpa, afinal eu acredito na  busca de um evolução permanente.

“Re” é um prefixo latino que, antecedendo um verbo, indica que, aquela ação que já aconteceu, acontecerá de novo. Eu posso refazer algo pois estava malfeito, ou refazer pois estava bem feito, ou até refazer e aprimorar o processo, implementando uma melhoria. 

Quando minha amiga disse que estava “revendo muita coisa”, ela quis dizer que sentiu necessidade de atribuir valores novos a elementos antigos, como hábitos, coisas, relações, prioridades. Quando ela contou que estava “reestruturando a vida”, sinalizou que sentia que precisava mudar algo. Quem sabe a carreira, o casamento, a saúde, a casa. 

Reestruturar significa que algo já havia sido estruturado antes, mas na vida, assim como os alicerces de um prédio, esta estrutura pode sofrer com a corrosão do tempo. Precisa de manutenção, de ajustes ou até refazê-la, pois os valores, as necessidades e os desejos se alteram com o tempo, com a idade, com a experiência e com o imponderável que faz parte da vida de todos nós.

Quando minha amiga disse que também estava “repensando o futuro”, ela estava na verdade, criando uma imagem para o porvir, dando novos significados e esperanças à sua jornada. 

Passei esse ano todo revendo, repensando e reestruturando a empresa Vida Simples.  O começo foi bem difícil para todos, pois no processo, algumas atividades foram eliminadas e pessoas desligadas. Mas, com um  diálogo muito aberto e firme, mostrando que o caminho representava uma nova esperança de dias melhores, o time se  envolveu profundamente, de corpo e alma ao objetivo, que no fim, representava melhorias aos nossos clientes e sustentabilidade do negócio. 

Há momentos em que precisamos crescer. Há outros em que precisamos nos reestruturar. Isso vale para as empresas, mas aplica-se  muito às nossas vidas. Já parou para pensar no qual deles você está agora?