Nascemos para nos reinventar

O dia estava nublado, fazia frio, e eu, com o humor alterado, um pouco mais triste, normal como muitos de nós estamos nos sentindo nestes dias estranhos que estamos vivenciando. Estava muito pensativa sobre minha vida, sobre os problemas (que na hora pareciam muito maiores do que realmente são), sobre os dias que ainda viriam pela frente. Resolvi arrumar meus livros e cadernos de anotações e encontrei uma frase escrita que fazia muito sentido naquele momento: “Não nascemos para a morte. Nascemos para nos reinventar”. 

Reinventar-se, na verdade, é um construir a nós mesmos permanentemente. E, muitas vezes, para construir, precisamos desconstruir alguns conceitos e crenças que aprendemos ao longo da nossa jornada enquanto seres humanos. O problema é que muitas vezes não sabemos ou não percebemos que temos algumas barreiras internas, e que nos impedem de avançar na direção daquilo que queremos ser ou viver. Muitos pensamentos e bloqueios foram de alguma forma embutidos em nossa mente, ainda crianças, seja através de alguma repreensão de pais ou professores, um comentário maldoso de um priminho ou colega, ou ainda, algum bloqueio gerado pelos nossos próprios fantasmas internos. É necessária uma intenção de se entender, de se desconstruir, de se reinventar. E acima de tudo, desenvolver uma força e coragem genuínas para enfrentar as possíveis dores que virão desta longa e infinita empreitada. 

E, já que o mundo resolveu nos dar uma lição de reinvenção, que tal aproveitar e fazer o mesmo? 

Comecemos por analisar tudo o que gostamos ou não em nós e desapegar do que não faz mais sentido. Por vezes não é fácil identificar sozinho. Se for possível converse com uma pessoa de confiança. Ajuda muito a perceber onde talvez deva colocar mais esforços. Depois de fazer isso, que tal criar o projeto ideal do seu Eu? Características, valores, qualidades. Pessoalmente, gosto de escrever tudo isso no papel, pois isso me dá chances de organizar meu pensamento e também, porque de vez em quando volto para as anotações e faço uma análise da evolução. 

Como você imagina sua vida depois que tudo isso passar? Que tal encontrar maneiras de se viver melhor e com mais saúde, de se relacionar com mais alegria com as pessoas e o seu trabalho, que tal transformar aquele plano B em plano A?  

A frase que citei no início é de Hanna Arendt (1906-1975), filósofa alemã de origem judaica. Hanna foi perseguida e brevemente encarcerada durante o regime nazista. Ficou sem pátria por um tempo. Casou-se e descasou várias vezes. Deixou um legado de ideias sobre igualdade e liberdade que ainda tem um papel central em debates políticos contemporâneos. Manteve-se ativa até sua morte, em dezembro de 1975. Reinventou-se corajosamente muitas vezes. 

Naquele dia nublado e triste, decidi que não me deixaria abater. Coloquei um par de tênis e fui me exercitar, com uma música alegre de fundo. Esta pequena reinvenção funcionou. O dia ficou ensolarado e alegre, ao menos dentro de mim. E só precisei de intenção.

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